Perceberam que as encomendas estão demorando meses para chegar? Estou aguardando até hoje compras que fiz em abril... não só Barbies como itens (principalmente perucas) para cosplay.
Entenda o que está acontecendo e como isso afeta você consumidor(a)
Todo
mundo que recebe em casa produtos importados deve estar notando que
ultimamente há uma demora maior para chegar, quando não, ou também, vem
com uma taxação que antes não ocorria ou que aumentou....
De
repente vem um aviso da agência dos Correios mais próxima dizendo que a
sua mercadoria está lá aguardando que você pague as taxas para
retirar. Pois é! Você foi mais um contemplado pela “Operação Maré Vermelha” da Receita Federal.
O que é isso?
Como
o governo percebeu que as importações aumentaram muito (bom, isso
graças à nossa moeda ter se fortalecido no passado em relação ao dólar e
graças à própria “ajuda” do governo tributando pesadamente os produtos
nacionais), ele, o governo, resolveu como sempre segurar a onda da
maneira mais fácil: tributando mais os produtos que vêm de fora e assim
ganhar ainda mais dinheiro.....
Para isso, o que o pessoal da Receita acaba fazendo com os itens que chegam é transferir mais produtos do Canal Verde (liberação mais rápida) para o Canal Vermelho,
um pente fino, onde eles conferem as encomendas e as Notas Fiscais (ou
Invoices, nos termos internacionais). Daí o nome “Maré Vermelha”.
E então o que acontece?
Com
mais pacotes sendo verificados todos os dias ocorre um atraso na
liberação, pois o número de funcionários que faz isso não aumentou,
lógico, o quanto deveria.....
Na
teoria a escolha dos pacotes / produtos que vão para o canal vermelho é
aleatória, mas no fim eles acabam prestando mais atenção a certos
setores ou se baseando no histórico do importador.
E eu, como sou afetado?
Embora
as empresas também tenham sido afetadas pela medida, o consumidor que
importa diretamente tem sido o mais prejudicado. Em 2011, foram feitas
mais de 4,8 milhões de operações de importação entregues por via postal
no país.
Os
produtos que tem sido o principal alvo são os bens de consumo não
duráveis como artigos de vestuário (roupas, calçados, bolsas, etc.),
brinquedos (incluídos aí jogos de computador), eletroeletrônicos,
perfumes, e mais recentemente artigos como cosméticos e maquiagens
“top”.
O fato é que a chance de sermos tributados é muito maior agora, então comece a contar com isso, deixando a chance de não ser tributado(a) para uma exceção ou sorte ocasional.
Em
poucas palavras, faça suas contas sobre se compensa trazer de fora
sempre levando as taxas em consideração e nesse caso nunca esquecendo de
se armar de paciência para aguardar a chegada da mercadoria.
Quanto
tempo essa operação vai durar? É complicado dizer, com certeza nem a
Receita sabe. Do jeito que o dólar anda subindo, pode até ser que uma
hora a restrição vá abrandar, mas quem garante?
Como tem funcionado?
Bom, os produtos que chegavam antes em casa em até 30 dias e livres de impostos, agora podem demorar de 60 a 90
dias e ainda incidir taxa, normalmente de 60%. Outra coisa que temos
notado é que o valor de referência usado para a taxação, vem sendo a
soma do produto mais frete, o que antes não acontecia...
Outra
reclamação freqüente tem sido a de estarem taxando até mesmo itens
abaixo de US$ 50 – o que pela legislação atual não poderia.
Quando
desconfia que o valor do produto declarado está menor do que deveria
pela descrição na invoice (NF), a Receita utiliza uma tabela que só ela
tem (...), que daria os valores “reais de mercado” e aí ela calcula o
tributo em cima disso. Ou seja, se o carinha da fiscalização acha que o
produto que você pagou US$ 30,00 custou US$ 70,00, ele vai aplicar o
tributo em cima dos US$ 70,00 + US$ 30,00 de frete! :) O tributo sai por
US$ 60,00 (mais caro do que o próprio produto).
Se
a taxação do seu produto vir muito acima do que seria correto, você
pode preencher um formulário nos Correios e pedir uma reavaliação, o que
em alguns casos pode funcionar. Outra opção é simplesmente não receber o
produto. Neste caso, o produto é encaminhado de volta para o
remetente.
Dicas, dicas, dicas...
Alguns toques sobre o que faz o consumidor importador direto se arriscar mais ou menos:
- Volumes grandes, independentemente do peso e valor declarado: risco maior
- Itens pesados, independentemente do volume: risco maior
- Valor da encomenda + frete acima ou muito acima de US$ 50: risco maior
- Remetente é pessoa física, e não loja: risco menor
- Fretes prioritários, Express, ou por FedEx, DHL, etc (fretes mais caros): risco maior
- Produtos
que se enquadram nas categorias de vestuário, eletroeletrônicos,
perfumes e cosmética, brinquedos, games: risco bem maior
Finalizando, o que recomendamos
Antes
dessa situação, a maioria dos vendedores de produtos importados que
enviavam suas mercadorias diretamente do exterior para o consumidor,
garantiam o reembolso de tributos caso isso acontecesse. Hoje em dia, o
importador não assume mais essa responsabilidade, dados os riscos
atuais.
De
quem é a responsabilidade do tributo? É do destinatário. Por isso,
prestem atenção: os produtos por encomenda são mais baratos, mas o risco
com a demora e tributação é todo seu.
Enquanto
essa operação Maré Vermelha continuar, o que recomendamos é que tentem
comprar seus produtos a pronta entrega. A princípio podem parecer mais
caros, mas vão sair mais baratos no final pois não haverá risco de
tributação e de demora abusiva para recebê-los.
E é isso aí. Até dei uma parada nas encomendas... Não vou ficar comprando mais coisas enquanto as anteriores não chegarem u.u Vamos ver se eu aguento XD Mas que é chato, isso é. E muito.
Tenham um bom dia